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Diagrama de Pareto: estabeleça a ordem de resolução dos problemas

12 de fevereiro de 2021

Vocês já sabem: sou um entusiasta do pensar simples e acredito que esta é, normalmente, a melhor saída para os problemas cotidianos ou complexos de uma empresa.

Trabalhando em etapas para consolidar as bases dos processos, é possível identificar com mais facilidade suas falhas triviais.

Da mesma forma, através da segmentação de problemas que, à primeira vista, parecem complicados, encontramos as soluções mais perspicazes para eliminá-los.

De ação simples em ação simples, construímos as raízes que sustentam uma gestão de qualidade saudável de uma empresa. Assim, um perfil nexialista que integra tal cadeia de ações, partindo do todo para a especificidade, é o mais desejado para um gestor.

Diagrama de Pareto - 
Pensar simples

Mas, nos negócios e na vida pessoal, todas as nossas habilidades são construídas através da experiência, e acredito ser meu papel, como gestor e educador, repassar a vocês um pouco daquilo que aprendi e venho aprendendo durante a minha carreira.

“A ação expressa as prioridades.”

Mahatma Gandhi

Se a primeira norma é simplificar, a segunda é estabelecer prioridades. Para isso, tornam-se necessárias uma visão ampla e uma base de dados do negócio. Estes são os principais requisitos para, com organização e estratégia, priorizar as ações que trarão resultados.

Nesse sentido, recursos gráficos tornam mais simples a identificação de gargalos e possíveis soluções, fazendo com que a nossa visão seja mais ampla sobre determinadas variáveis durante um período estabelecido ou um tema em questão.

Quando esse recurso gráfico consiste num princípio consagrado e com mais de um século de uso ao redor do mundo, parece que as águas turvas nas quais acreditamos estar se clareiam e, então, somos capazes de apontar o melhor caminho para prosseguir. Isso é possível através do Diagrama de Pareto.

Diagrama de Pareto: organizar prioridades

A origem do Diagrama de Pareto decorre dos estudos do economista italiano Vilfredo Pareto sobre a distribuição de renda e riqueza entre a população, ainda no século XIX.

Mas foi amplamente divulgado pelo consultor de negócios considerado o pai da gestão de qualidade, Joseph Moses Juran, por volta da década de 1940.

O Diagrama é regido pelo chamado Princípio de Pareto, uma rule of thumb (regra do polegar) do mundo dos negócios, ou seja, um critério amplamente aceito e utilizado que deriva da experiência, algo que se aplica como regra na prática, sem a necessidade de embasamento científico preciso.

Sua ideia chave é a de que poucas causas levam à maioria das perdas, quer dizer, poucas delas são vitais para o negócio, a maioria é trivial.

Nesse sentido, 20% dessas causas são responsáveis por 80% das perdas. Daí o segundo nome do Princípio de Pareto: Regra do 80/20.

Diagrama de Pareto - 
20% / 80%

Com base nessa lógica, também podemos compreender as razões para suas outras nomenclaturas:
Lei dos Poucos Vitais ou Princípio de Escassez do Fator: poucas causas ou fatores são vitais, mas podem causar grandes perdas.
Assim, causas são fatores, são problemas, em sua maioria triviais, mas delas, 20% são vitais para delinear a produtividade e os rumos de um negócio.

Outra pergunta é: o que precisamos fazer com 20% de esforço que possa gerar 80% de valor ao nosso cliente?

Muitas vezes, trabalhamos demais em soluções que entregam pouco valor e isso acaba decepcionando o cliente, aumentando os prazos e prejudicando a imagem da empresa.

Por isso, essa pergunta é ótima para definir o roadmap de um software, por exemplo, em que existem várias pequenas tarefas que definem as prioridades, para então, fazermos as entregas certas no tempo certo.

“Sem padrões não há base lógica para tomar decisões ou entrar em ação.”

Joseph Moses Juran

Como aplicar o Diagrama de Pareto?

Como já dito, o Diagrama de Pareto torna graficamente visível a relação entre ação e benefício, com a ideia de priorizar aquela que trará melhores resultados.

Trata-se de um gráfico de barras que ordena as frequências das causas em ordem decrescente, pontuando as ações necessárias para localizar problemas vitais e eliminar perdas.

O Diagrama de Pareto na prática deve seguir os seguintes passos:

  1. Determine o tipo de perda que é preciso investigar. No nosso caso, escolhemos uma variável do ramo logístico, por exemplo, o extravio de mercadorias;
  2. Especifique qual é o enfoque do tipo de perda a se investigar, por exemplo, mercadorias que seguem a rota de entrega na cidade de Curitiba;
  3. Organize um documento de verificação com as categorias do enfoque da investigação, aqui chamaremos de A, B, C… mas, em um cenário real, poderiam ser categorias como: desvios de rota ou erro na embarcação.

4. Preencha o documento com duas tabelas como no exemplo abaixo

– Tabela 1: causas e suas frequências;

TABELA 01

   
causas frequênciafrequência normalizada
A67,830%
B209%
C8035%
D3013%
E177%
F125%

5. Faça as contagens das frequências, organize na Tabela 2 as categorias por ordem decrescente de frequência;

6. Calcule as frequências normalizadas e as frequências acumuladas.

TABELA 02

    
causasfrequênciafrequência normalizadafrequência acumulada
C800,3535%
A67,80,365%
D300,1378%
B200,0987%
E170,0795%
F120,05100%

7. A partir dos dados da Tabela 2, gere o gráfico;

Extravios de Mercadorias (diagrama de pareto)

Então, está pronto para implementar a lógica do Diagrama de Pareto para as tomadas de decisão na sua empresa?

Ou já vem usando a Regra do 80/20 há tempos?

O que você pensa sobre sua assertividade? Compartilhe comigo suas experiências.

Denny Mews, CEO & Founder of CargOn.