Por vezes, ao deixarmos de pensar simples, dificultamos a busca por soluções coerentes para todos os tipos de problemas. Temos uma espécie de atração pela complexidade, que parece ser sinônimo de pensar de maneira sofisticada. Mas, na verdade, soluções complexas tendem a ser apenas desperdício de tempo e indicativo de insegurança. 

Sou um entusiasta do pensar simples e tento aplicar isso em todas as áreas da minha vida. Vamos juntos entender porque a simplicidade é a solução?

Pensar simples x complicar

Infelizmente, a norma vigente é criar burocracias, “ornamentar”, “complicar” soluções. Assim, nem sempre enxergamos a saída que está bem diante de nós. E isso é necessariamente pouco efetivo. Num mundo de crescente complexidade, a simplicidade é geralmente a melhor resposta. É preferível termos uma solução eficaz e de fácil execução do que uma sofisticada que apresente falhas não antevistas. 

Assim, para resolver um problema, não é preciso reinventar a roda. Afinal, quando algo funciona bem, não precisa ser reinventado, apenas adaptado, repensado. Concentrar-se em pensar simples e realizá-lo com perícia cria condições para obter o sucesso.

“O simples é o auge da sofisticação.”

Leonardo Da Vinci

Pensar simples faz toda a diferença. Como dito por Leonardo Da Vinci, “O simples é o auge da sofisticação”. Por isso, dominar esse ato e seu poder é, talvez, um dos maiores segredos do sucesso. 

Pensar simples: um desafio de gestão

Num cenário com clientes cada vez mais exigentes, com a tecnologia impondo a todos novos hábitos e um mercado altamente competitivo, nem sempre os líderes evoluem com as mudanças no ambiente de gestão.

Um indicativo que comprova esse fato: muitos líderes passam cerca de 55% do seu tempo de trabalho envolvidos em burocracias. E isso faz com que percam a visão do simples. Quer dizer, faz com que percam a capacidade de avaliar e decidir diante de poucas informações e em momentos adversos, com foco no escopo e nos resultados. Além disso, eles também perdem uma visão clara de causas e efeitos e a desenvoltura para resolver problemas. 

Portanto, o desafio atual é simplificar. Quando ampliamos muito o escopo para tomar uma decisão, são grandes as chances de não decidirmos nada. É preciso responder a ambientes complexos a partir de uma ideia de integração com a principal nova condição de nosso mundo: a transformação digital. 

Pensar simples é saber que o investimento de hoje trará retorno. E será usado por um longo tempo, servindo de base para demandas futuras. Por isso, é preciso ousar simplificar, mas sempre de olho no amanhã. Nesse contexto, nosso olhar deve ser exponencial: começamos do simples, vamos multiplicando resultados e ganhando em complexidade com a evolução dos cenários ao longo do tempo. 

Passos para começar a pensar simples

“O ótimo é inimigo do bom.”

1. Para assumir novas atividades, antigas devem ser eliminadas. Assim, simplificar o dia a dia e a forma de agir dentro de uma empresa devem estar em foco. Isso resultará em mais tempo livre para pensar e agir na superação de metas. 
2. É preciso aproveitar melhor o tempo, já que ele não é infinito. Perceba que quanto mais você realiza atividades distintas e cumulativas, menor o tempo investido em cada uma delas. Revise rotinas, elimine aquilo que não agrega valor.  Aprenda a dizer “não”.
3. Estabeleça uma rotina leve e, claro, simples. Tanto o peso de muitas tarefas, quanto a inexistência de uma rotina regrada diminuem a produtividade e a eficiência. 
4. Segmente problemas e os resolva em partes, aumentando a velocidade do processo. E sempre mantenha o foco naquilo que é crítico, já que não podemos fazer milagres. 
5. Garanta que o foco está no que aumenta vendas, reduz custos, melhora a eficiência e agrega valor. Utilize o diagrama de Pareto 80/20. Foque em tarefas que demandem 20% de esforço e que entreguem 80% do valor percebido.
6. Estude sobre MVP (Produto Mínimo Viável) e entenda como as startups têm se destacado utilizando essa metodologia. Lembre-se, o ótimo é inimigo do bom.

E você? Tem dificuldades para pensar simples em seu ambiente de trabalho e em sua vida? Quais são elas?

Ou já estabeleceu esse comportamento em suas tomadas de decisão? Tem alguma contribuição? Podem ser dúvidas também.